Como diz a canção famosa na versão dos Titãs “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”. E celebramos a arte, e toda sua potencialidade, durante quatro dias incríveis. Dentro da programação do Tiradentes em Cena, o Festival de Cenas Curtas, em sua VII edição, já se tornou tradicional, conquistando cada vez mais o público. Organizada em parceria com o ator e produtor Vinícius Cristóvão, nesta edição, a ação ganhou um formato inédito dentro da história do festival, contando com o formato online, ao vivo, em formato de live, por meio do Instagram da Mostra.

 Primeiramente, foram escolhidas pelo júri seis cenas: “Aluado”, de Jovan Ferreira, “Ballon”, de Palhaça Chirimilda, “Irmão”, de Andréa Mattar, “Minhas Viagens pela América”, de Igor Veloso, “Queria eu estar aqui”, de Ellen Regina Pereira e “Um amor faz sofrer, desamor faz chorar: Gargalha!”, de Fernanda Báfica. Já na outra fase, foram selecionados dois trabalhos, um pelo júri popular, no qual o premiado foi “Minhas viagens pela América”, de Igor Veloso, e outro pela comissão técnica, no qual conquistou o prêmio a obra “Aluado”, de Jovan Ferreira.  

Igor Veloso, em entrevista para o Tiradentes em Cena, contou que a inspiração para o desenvolvimento do trabalho surgiu na virada de 2015 para 2016, quando começou a mochilar com seu ex-namorido pela América Latina. “Assim como os dias na estrada, a quantidade de países que conhecíamos também iam aumentando, ao todo passamos por 13 países. Conhecer a história de luta dos povos hermanos me tocou muito e tem me transformado profundamente, acredito que é minha maior inspiração para fazer esse trabalho. Desde o primeiro mochilão tenho costume de fazer uma espécie de diário de bordo, então tenho muitos inscritos, muitas histórias e vivências que estou há alguns anos tentando transformar em espetáculo”, reforça.

Igor também declara que os festivais, como o Tiradentes em Cena, são muito importantes por funcionarem como uma vitrine e estímulo para a carreira, e fala sobre a premiação: “Muito simbólica pois, estou com esse trabalho há muito tempo na minha cabeça, e é a primeira vez que apresento um fragmento dele para o público. Recebi muitas mensagens bonitas de pessoas que se sentiram tocadas, houve uma enorme mobilização, muita gente agitando sua rede para votar. Essa foi uma vitória coletiva, estou emocionado até agora!”.

Jovan Ferreira também conta sobre o processo de desenvolvimento de sua narrativa em “Aluando”. Sua inspiração parte do cotidiano, de sua ligação com seu território e a periferia do Rio. “Figuras como o catador aluado sempre fizeram parte da rotina de quem mora no subúrbio; as pessoas se acostumam, mas ao mesmo tempo estabelecem uma barreira a partir da quebra do que se convencionou ser a maneira adequada de agir, de se comunicar. A convivência com pessoas como o personagem de “Aluado” se limita, muitas vezes, ao contato visual. A cena é um convite pro espectador entrar na cabeça daquela pessoa e descobrir o que está além desse primeiro contato”.

Jovan também destaca a relevância de ter seu trabalho reconhecido, e que a premiação é um motor pra continuidade do seu processo criativo. “Foi ótimo participar pra me desafiar e conhecer o trabalho de outros artistas. Trabalhar com arte é pedra, né? A gente sabe o quanto sempre foi difícil! E agora que estamos saindo de um momento onde rolou uma campanha pesada contra a cultura, todo incentivo é fundamental. Qualquer movimento que reconheça o trabalho de artistas independentes tem que ser valorizado”, conclui.

Todas a Cenas Curtas que participaram desta edição estão disponíveis em nosso feed no Instagram. Vale a pena conferir! Parabéns a todos que participaram e mostraram a força de seus trabalhos! Nosso festival está sempre de braços abertos!